O Retorno de Trump: Ameaças Tarifárias em Destaque no Fim de Semana

O Retorno de Trump: Ameaças Tarifárias em Destaque no Fim de Semana

O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, chamou atenção durante o fim de semana ao ameaçar tarifas de 100% contra os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a menos que seus governos se comprometam com o dólar americano (USD). O BRICS é um grupo internacional informal fundado em 2006, composto pelas principais economias emergentes do mundo. O principal objetivo do grupo é melhorar as economias de seus países membros e a situação socioeconômica global.

Por meio de sua plataforma Truth Social no sábado, Trump escreveu o seguinte:

"A ideia de que os países BRICS estão tentando se afastar do Dólar enquanto ficamos parados assistindo ACABOU. Exigimos um compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda BRICS nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso Dólar Americano, ou enfrentarão tarifas de 100% e podem se esquecer de vender para a maravilhosa economia dos EUA. Que procurem outro 'otário'! Não há chance de os BRICS substituírem o Dólar Americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve se despedir da América."

É provável que você se lembre de que alguns membros dos BRICS já pediram pela desdolarização. No ano passado, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apoiou uma alternativa ao USD. Em outubro deste ano, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também defendeu um sistema de pagamento internacional alternativo. Na última Cúpula dos BRICS, Putin afirmou: "O USD está sendo usado como uma arma. Realmente vemos que isso é assim. Acho que esse é um grande erro por parte de quem faz isso."

Não acredito que seja necessário enfatizar que, se Trump cumprisse essas ameaças e implementasse tarifas de 100% – algo que considero altamente improvável – isso aumentaria o custo dos bens provenientes desses países e poderia elevar a inflação nos EUA. No entanto, é importante observar que Trump já usou anteriormente ameaças de tarifas como uma tática de negociação, sendo provável que se chegue a um acordo.

Indiscutivelmente, essas últimas ameaças tarifárias são números expressivos, o que sustentou uma procura pelo dólar e pressionou as moedas dos BRICS na abertura desta manhã. O Índice do Dólar dos EUA recuperou de uma zona clara de suporte técnico no gráfico diário, entre 105,48 e 105,80. Como pode ver no gráfico abaixo, o USD subiu em relação a todas as moedas do G10.

Isso ocorre após ameaças tarifárias contra Canadá, China e México na semana passada. Trump expressou intenções de introduzir tarifas de 25% sobre bens do Canadá e do México e adicionar uma tarifa adicional de 10% sobre bens da China. Desde então, Trump se reuniu com o Primeiro-Ministro do Canadá, Justin Trudeau, e com a Presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo. Aqui está o que Trump disse sobre as reuniões por meio de sua plataforma Truth Social na semana passada:

"Tive uma reunião muito produtiva com o Primeiro-Ministro Justin Trudeau, do Canadá, onde discutimos muitos tópicos importantes que exigirão que ambos os países trabalhem juntos para abordar, como a crise do fentanil e das drogas que devastaram tantas vidas devido à imigração ilegal, acordos comerciais justos que não prejudiquem os trabalhadores americanos e o enorme déficit comercial dos EUA com o Canadá. Deixei muito claro que os Estados Unidos não ficarão mais parados enquanto nossos cidadãos se tornam vítimas dessa epidemia de drogas, causada principalmente pelos cartéis de drogas e pelo fentanil vindo da China. Muita morte e sofrimento! O Primeiro-Ministro Trudeau se comprometeu a trabalhar conosco para acabar com essa terrível devastação das famílias americanas. Também falamos sobre muitos outros tópicos importantes, como energia, comércio e o Ártico. Todos são questões vitais que abordarei nos meus primeiros dias de volta ao cargo, e antes disso."

"Acabei de ter uma conversa maravilhosa com a nova Presidente do México, Claudia Sheinbaum Pardo. Ela concordou em parar a migração pelo México e para os Estados Unidos, efetivamente fechando nossa fronteira sul. Também falamos sobre o que pode ser feito para parar o enorme fluxo de drogas para os Estados Unidos e, também, sobre o consumo dessas drogas nos EUA. Foi uma conversa muito produtiva!"

Escrito pelo Analista de Mercado da FP Markets, Aaron Hill.

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